quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Fora do conceito

Com que coerência posso lidar
Se nem o passado pode curar
Através de fotos que me fazem lembrar
Espontâneas são aquelas que me fazem chorar
Tempo perdido cheio de lembranças varridas
Jamais podem voltar
Mas pra que contar mentiras de devassidão escondida
Tentar fazer as pazes com o filho do cinismo
Se sempre me encontro às entranhas de um vestígio

Com que particularidade posso falar
Se abertos são os bares que me prendem à um só lugar
Preguiça visível, pressa pra se criar
Algo mais do que ibope e neurônios fora do lugar
Sem querer ti atrapalhar
Essa sou eu, não precisa me cuidar
Sem querer ti ofender
Essa sou eu, não precisa entender
Faz bem pra gente tentar crescer

Com que pacificidade posso encarar
Diante de seus males que podem me enterrar
"Não importa quem você seja mas o que há"
Não dá mas pra aceitar
Essa frase tão medíocre que os pais tem à ensinar
Me decepciona o simples olhar
Que as pessoas tem ao ver uma aparência
Fora do conceito de normalidade e "padrão-sócio-popular"

Sem querer ti atrapalhar
Essa sou eu, toda singular
Sem querer ti atrapalhar
Essa sou eu, não precisa fingir me amar
Faz bem pra gente tentar crescer
Aprender que nem todos são como você
Olhar ao redor e nunca se esquecer
De que você está aqui e não precisa se precaver
Aprender que tem coisas que não se curam com um beijo de mãe
Aprender que nem todos tem uma mãe.

Sem querer ti atrapalhar
Essa sou eu, toda singular
Sem querer ti atrapalhar
Essa sou eu, não precisa fingir me amar

Faz bem pra gente escolher
Qual a vida que não queres conhecer
Faz bem pra gente tentar crescer
Seguir adiante e não temer.

Sem querer ti atrapalhar
Essa sou eu, toda singular
Sem querer ti atrapalhar
Essa sou eu, não precisa fingir me amar


Amanda Britto Barrozo

Nenhum comentário:

Postar um comentário