segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Às vezes você se pergunta

Às vezes você se pergunta
Por que nada dá certo pra você?
Talvez seja o destino
Que precisa ser renovado
Marcas passadas e doloridas
Talvez seja o tempo
Que precisa ser esquecido

Às vezes você se pergunta
Por que você é a única e está sozinha?
Assistindo tudo conturbado
Talvez seja os santos
Me crussificando com mal olhado
Talvez seja só o tempo
Que precisa ser apagado

Às vezes você se pergunta
Até quanto tempo irei aguentar?
Porque tudo o que me resta
Só me consome
Guardando minha vida
Sem me sufocar
Esperando por alguém que ainda possa me amar

Às vezes você se pergunta
Por que ninguém consegue ver?
Estou apagada
Procurando meus pedaços
Porque tudo o que me resta
Só me consome
E ainda preciso abastecer minha fome.


Amanda Britto Barrozo

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Penso, logo resisto

Penso, logo resisto
Cantando, sonhando e respirando
Palavras nunca ouvidas
Não merecem mais uma birita

Pelo ar que eu respiro
Ainda há um motivo pelo qual eu viva?
Viva com sentido
Em busca de uma terra do nunca

Pela qual eu sinta
Meu coração pulsando
Minhas energias positivas
Minhas lágrimas saindo
Meu sorriso no rosto
Sentindo que estou caindo
Diminuindo e sumindo

Que todos nos entendam
Que a vida não é só isso
Que temos mais valor
Complexos, querido!


Penso, logo resisto
Andarilhando, amando, queimando
A confiança está perdida
Foi escondida e removida
Será que já foram embora sem nem sequer ser ouvidos?

Exaltada, cega e queimada
Acabou o meu colírio
Será que todo mundo entrou em delírio?
Fingindo que é feliz
Em busca de razões
Escondendo suas emoções
Fazendo mais orações
Entrando em colápso
Me guio em direção ao ápice!

Penso, logo resisto
Curtindo novos picos, conhecendo novos ares
Efusão de ternura
Consumindo-me essa tarde!

Perdendo os meus passos
Seguindo os trilhos
Falando com espíritos
Digerindo-me viva
Estou desesperada!
Entrando em colápso
Ando só e desarmada


Que todos nos entendam
Que a vida não é só isso
Que temos mais valor
Complexos, querido!

Que todos nos entendam
Que a vida não é só isso
Que temos mais valor
Complexos, querido!

Penso, logo resisto.

Amanda Britto Barrozo

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Meia noite eu viro coruja baby

Sem contar os dias
Feriados e coisa e tal
Dirigindo no escuro
Não me leve a mal

Faz tempo que não me vejo
Além de maluca total

Promessas e desculpas
Margaridas e chocolates
Não me venha falar
Da realidade
Porque não sigo nenhum padrão escroto
Da sociedade

Não me leve a mal
Faz tempo que não me vejo
Além de maluca total

Meia noite
Eu viro coruja
Baby

Meia noite
Eu viro coruja
Baby

Não vou lavar sua louça
Nem fingir que sou sua musa

Meia noite
Eu viro coruja
Baby

Então largue da minha blusa!

Porque meia noite
Eu viro coruja
Baby

Mas não me leve a mal
Porque sou uma maluca total

Só quero que me ouça
Antes do temporal
Que recuso seu pedido
De viver no seu castelo medieval

Contribuir pra essa mesmice total
Fingir que sou normal
Faz tempo que não me vejo
Além de maluca total

Porque meia noite
Eu viro coruja
Baby

Então largue da minha blusa

Porque meia noite
Eu viro coruja
Baby

Amanda Britto Barrozo

domingo, 8 de agosto de 2010

Cabeça Raspada

Cabeça raspada

Lápis no olho
Idéias inquietas
Sobre um museu de exposição
Escondendo minhas lágrimas
Faz de conta que é ilusão

Acordes simultâneos
Foco em mente
Pensamentos livres
Tão incoerentes

Continuo seguindo
Minha estrada cigana
Sobre um museu de exposição
Escondendo minhas lágrimas
Faz de conta que é ilusão

Futuro incerto
Raízes inerentes
Perdida na estrada
Coração aniquilado

Conversando sozinha
Criando demônios
Tão distante de todos
Preciso andar

Cabeça raspada
Invisível e perturbada
Rock na veia nessa madrugada
Nada a se esperar
Sobre um museu de exposição
Escondendo minhas lágrimas
Faz de conta que é ilusão.

Amanda Britto Barrozo

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Porfavor, Não Me Analise

Porfavor, não me analise

Porque eu fui feita de pedaços de seda macios e cheirosos
Durante uma noite quente de amor
Que se rasgam às vezes
E que precisam de volta o seu calor

Não consigo mais esconder
Minha naturalidade saindo pelos poros
Mas quando você diz que não sente
Me machuca
E já não me protego de suas garras querendo sangue

Porfavor, não me analise
Porque sou um pouco de ódio e paixão
E é inexplicável como as pessoas se vão
Em vão

Sem nada a dizer
Com um copo de cachaça na mão
Desejando apenas um pouco de diversão
Esta noite

Quero apenas o silêncio e o respeito
Mas agradável
Do que ouvir suas palavras mortas

Mas quando você diz que não sente
Me machuca
O modo com que esse caminho ficou tão obscuro

Porfavor, não me analise
Porque sou um pouco de solidão e inocência
Apenas chamando os anjos ao redor
E enganando a minha própria consciência

Mas quando você diz que não sente
Me machuca
O fato de não estarmos mais juntos
Queimando tudo o que construimos
Odiando o próprio coração.

Amanda Britto Barrozo

domingo, 1 de agosto de 2010

Naufragando

Já não tenho mais o meu lugar
Já não me contento mais só com o seu olhar
Já dei voltas absurdas insatisfeita
E as batalhas ainda estão às espreita
Não sou uma dessas pessoas mais direitas
Mas é o meu jeito, é o meu jeito

Tentando se encaixar no seu mundo complicado
Não quero ser mais uma com o coração assombrado
Varrendo poeiras, alimentando almas esfomeadas
Quebrando correntes e sendo mais uma enforcada
Correndo no escuro, procurando por um príncipe encantado
Respirando o seu ar só para estar ao seu lado

Já não acredito mais em nada
Pois estou despedaçada, despedaçada
Já não sinto mais o movimento do barco à navegar
Pois estou naufragando, naufragando

Não sou uma dessas pessoas mais direitas
Mas é o meu jeito, é o meu jeito

Tentando revirar o meu barco
Para poder ainda assim sair salva
Mais é difícil me conter com suas palavras
Tão malvadas, malvadas
Afogada nas águas do mar, sem ninguém pra me ajudar
Há um brilho lá em cima, aonde eu posso tentar chegar
O silêncio me perturba, mais não quero ouvir mais ninguém

Já não acredito mais em nada
Pois estou despedaçada, despedaçada
Já não sinto mais o movimento do barco à navegar
Pois estou naufragando, naufragando

Não sou uma dessas pessoas mais direitas
Mas é o meu jeito, é o meu jeito!


Amanda Britto Barrozo